Origem e História
"De Stijl(“o estilo” em neerlandês) começou oficialmente nos países baixos em 1917, quando Mondrian, Van Doesburg e o arquiteto Bart Van Der Leck lançaram a revista que deu nome ao movimento. A revista viria a compor o movimento artístico conhecido por Neoplasticismo, movimento estético que teve profunda influencia sobre o desing, artes plásticas e poesia.
Exemplo da revista De Stijl, Letterklankbeelden,
projeto gráfico de Theo Van Doesburg.
Devido à influência dos textos da revista, que muitas
vezes assumiam um aspecto de manifesto, o próprio movimento neoplástico (e mais
tarde, o Elementarismo) é confundido com o nome da revista. Costuma-se chamar o
seu grupo criador pelo título da publicação.
O auge do movimento foi entre 1921 e 1925, quando Theo
Van Doesburg, propagandista brilhante com devoção ardente ao movimento,
convidou artistas de toda parte para participar do Stijl, e ,
paralelamente, fez diversas conferências pela Europa para divulgar sua
“cruzada”. Suas palestras e performances serviram para intensificar a tendência
idealista entre os mestres da famosa escola alemã de desenho industrial, a Bauhaus,
onde Van Doesburg chegou a lecionar, internacionalizando, de fato, o movimento.
Em 1925, no entanto, o Stijl já mostrava alguns
sinais de desgaste, não tendo se renovado e com muitos artistas procurando
novos caminhos. Neste ano, Piet Mondrian renunciou publicamente ao movimento,
ao entrar em conflito com Van Doesburg acerca do rumo teórico a ser seguido –
Mondrian condenava o uso de linhas diagonais que Van Doesburg passou a fazer,
já que o ângulo reto era um dos pilares fundamentais de sua teoria neoplástica.

Piet Mondrian (1872 - 1944)
Arrancando a pintura do campo da representação e abraçando o abstracionismo total, objetivando a síntese das formas de arte, o Stijl caracterizou-se pelo fervor quase religioso de seus partidários, que acreditavam existir leis que regem a expressão artística e que viam em sua arte um modelo para relações harmoniosas julgadas possíveis para indivíduos e sociedade.
Em 1928, a revista "De Stijl" finalmente
parou de circular, após alguns anos de publicação intermitente, fazendo com que
muitos estudiosos apontassem-no como o ano final do Neoplasticismo. Todavia,
devido à militância persistente de Theo Van Doesburg, alguns especialistas
afirmam que a dissolução só ocorreu em 1931, ano da morte do pintor.
Suas composições únicas, imediatamente reconhecíveis, entraram, em certa medida, no imaginário popular e foram apropriadas pela indústria cultural (um fenômeno interessante é a profusão de livros, não necessariamente relacionados à arte, cujas capas imitam as famosas composições de Mondrian). Dessa forma, com tal apelo visual extremamente peculiar, podemos compreender porque Piet Mondrian tornou-se um ícone muito maior do que seus companheiros no Stijl – ícone esse tão grande e impactante que superou até mesmo a fama do próprio movimento.
Consequências e Influências
Ao injetar sólido embasamento teórico em suas obras –
pinturas, construções, esculturas, entre outros – os Neoplasticistas radicalizaram
e renovaram a arte moderna. Os ecos do modo neoplástico de encarar a arte são
sentidos até os dias de hoje em inúmeras áreas.
No campo da pintura, Mondrian permanece os grandes
pintores do século XX, influenciando múltiplas gerações e correntes abstratas
contemporâneas. Ao romper com a arte figurativa e renegá-la, promovendo o salto
subsequente de uma concepção estética cujas origens podem ser traçadas na
pintura cubista, o holandês amplificou a vitalidade da pintura abstrata e
ajudou-a a ser vista com seriedade e admiração.
“Suas ideias profundas e sua presença quase santa tiveram
grande influência no crescimento de outros movimentos abstratos”. H.B Chipp
Suas composições únicas, imediatamente reconhecíveis, entraram, em certa medida, no imaginário popular e foram apropriadas pela indústria cultural (um fenômeno interessante é a profusão de livros, não necessariamente relacionados à arte, cujas capas imitam as famosas composições de Mondrian). Dessa forma, com tal apelo visual extremamente peculiar, podemos compreender porque Piet Mondrian tornou-se um ícone muito maior do que seus companheiros no Stijl – ícone esse tão grande e impactante que superou até mesmo a fama do próprio movimento.

O legado do Stijl se faz presente até em áreas
insuspeitas e improváveis como a música pop – em 2000, o duo americano de
blues-rock White Stripes lançou um álbum denominado De Stijl, cuja capa é
composta por uma foto dos integrantes em um ambiente diretamente inspirado pelo
movimento holandês – blocos lisos vermelhos e brancos e hastes pretas.




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